Amor próprio não é egoísmo — é cuidado

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Em um mundo que frequentemente nos empurra para a autocensura ou, no extremo oposto, para o egocentrismo desmedido, a ideia de “amor próprio” pode gerar confusão. Para muitos, ela soa como egoísmo disfarçado, uma indulgência que desvia o foco do serviço a Deus e ao próximo. No entanto, ao olharmos para as Escrituras, descobrimos que o **amor próprio com base na Bíblia** é um conceito profundamente enraizado nos princípios divinos, essencial para uma vida cristã plena e equilibrada. Longe de ser uma exaltação do “eu”, é uma forma de cuidado, valorização e responsabilidade para com a obra de Deus em nós.

### A Distinção Crucial: Amor Próprio e Egoísmo

A primeira e mais importante clareza que a Bíblia nos traz é a diferença entre amor próprio e egoísmo. Enquanto o egoísmo busca apenas o benefício pessoal, muitas vezes à custa dos outros, o amor próprio bíblico é a base que nos capacita a amar de forma mais eficaz. Jesus, ao ser questionado sobre o maior mandamento, respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:37-39).

Percebeu a profundidade dessa afirmação? “Como a ti mesmo”. Esse “como” não é uma sugestão de egoísmo, mas um reconhecimento de que existe um nível natural e necessário de cuidado e valorização pessoal. Sem um mínimo de amor por si mesmo, como poderíamos verdadeiramente estender o amor e o cuidado ao próximo? A ausência de **amor próprio com base na Bíblia** pode levar à exaustão, ao ressentimento e à incapacidade de servir, pois nossa “taça” está vazia. Reflita: Qual é a sua interpretação de “amar a si mesmo” neste contexto? Você tem praticado esse cuidado básico em sua vida?

### Valor Inegável: Criados à Imagem e Semelhança de Deus

Um pilar fundamental para compreender o amor próprio bíblico é reconhecer o nosso valor intrínseco, que não se baseia em desempenho ou conquistas, mas no fato de termos sido criados por Deus. Gênesis 1:26-27 declara: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.”

Essa passagem nos revela que carregamos a imagem divina. Cuidar de nós mesmos, seja física, mental ou espiritualmente, é honrar essa imagem. Desdenhar de si, negligenciar a própria saúde ou permitir que a culpa e a vergonha nos definam, é, de certa forma, desconsiderar a obra-prima que Deus criou. Essa **autoestima cristã** não é arrogância, mas um reconhecimento humilde do dom da vida e da dignidade que Deus nos concedeu. Ao cultivarmos uma perspectiva bíblica sobre nossa identidade, aprendemos a nos valorizar como Ele nos valoriza.

### O Corpo: Templo do Espírito Santo e Objeto de Cuidado

As Escrituras nos lembram que nosso corpo não é meramente um invólucro, mas um santuário. Paulo instrui em 1 Coríntios 6:19-20: “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.”

Esta verdade tem implicações profundas para o **cuidar de si mesmo na fé**. Se nosso corpo é o templo do Espírito Santo, devemos tratá-lo com reverência e cuidado. Isso inclui escolhas saudáveis de alimentação, descanso adequado, exercícios físicos, e a busca por **saúde mental e fé** que nos permita ter uma mente sã para pensar e servir a Deus. Negligenciar o corpo ou a mente não é um sinal de espiritualidade, mas de desrespeito ao templo que Deus nos confiou. Como podemos oferecer a Deus nosso melhor se estamos exaustos, doentes ou mentalmente esgotados?

### Equilíbrio e Generosidade: A Base do Serviço Efetivo

Finalmente, o **amor próprio com base na Bíblia** nos leva ao equilíbrio e à capacidade de ser verdadeiramente generosos. Quando nos dedicamos ao **bem-estar cristão** – cuidando de nosso corpo, mente e espírito – nos tornamos vasos mais cheios, com mais para derramar sobre os outros. Uma pessoa que está constantemente esgotada, ansiosa ou se sentindo culpada por suas próprias necessidades terá dificuldade em expressar genuína **generosidade e cuidado com o próximo**.

O cuidado pessoal não é um luxo, mas uma necessidade que nos capacita para a missão que Deus nos deu. Jesus, em vários momentos, retirou-se para orar e descansar, modelando a importância do autocuidado espiritual e físico. Lembre-se, você não pode servir do seu reservatório vazio. Já se sentiu culpado por tirar um tempo para si mesmo, mesmo quando precisava? Quebre esse paradigma. Entenda que, ao se reabastecer, você está se preparando para amar e servir mais plenamente, refletindo a graça e a força de Deus em sua vida e na vida daqueles ao seu redor.

Em suma, o amor próprio, sob a ótica bíblica, é um convite divino à valorização da vida que Deus nos deu, ao cuidado do corpo que é Seu templo, e ao reconhecimento de que somos Sua imagem. Não é egoísmo, mas uma responsabilidade que nos capacita a cumprir o mandamento de amar a Deus e ao próximo com todo o nosso ser. Que possamos abraçar essa verdade libertadora e praticar o cuidado pessoal como um ato de fé e adoração.

Este é um tópico rico e fundamental para a vida cristã. Você tem alguma experiência ou percepção sobre como o amor próprio bíblico tem impactado sua jornada de fé? Compartilhe seus pensamentos nos comentários abaixo e continue explorando mais verdades bíblicas em Palavras da Bíblia, fortalecendo sua fé e sua compreensão dos propósitos de Deus para sua vida.

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